sábado, 14 de julho de 2012

~ 32 ~




Dirigiu-se à copa e do frigorífico retirou uma cerveja sem álcool. Sentia sede, causada [talvez] pela viagem, justificou-se interiormente. Acercou-se de uma janela e observou a cidade, naquele quase fim de tarde primaveril. Imaginou Mariana. Onde estaria? Teria ido para casa? Quem teria à sua espera? Viu Mariana a abraçar um homem sem rosto e sentiu um aperto no peito. Com um esgar, atirou o resto da cerveja no lava-louças da copa, tentando expulsar o amargo que aquela visão lhe causava. Afastou-se da janela: via o cabelo de Mariana esvoaçar diante do seu rosto.
Seria possível que sentisse saudades? De uma estranha? Sacudiu a cabeça, rejeitando a ideia: Mariana [já] não era uma pessoa estranha.
Uma onda de dor varreu-lhe o corpo inteiro e Vasco soube, naquele exacto momento, que Mariana estaria ligada a ele. Para sempre.



Sem comentários:

Enviar um comentário