Mariana desdobrou cuidadosamente aquele papel tantas vezes dobrado e desdobrado. Manuseava-o com carinho, com uma ternura imensa, como se de um frágil cristal se tratasse. Sabia as palavras de cor, sentia as pausas que Vasco fez, antes de iniciar cada parágrafo. Mariana sabia o que Vasco sentiu antes de pegar na linda caneta de tinta permanente - herança do avô -e se predispôs escrever-lhe. Não, não era apenas escrever-lhe, mas sim abrir-lhe o seu coração. Podia imaginá-lo na perfeição, a passar a mão pelos cabelos, o olhar vago no infinito, a vontade que Vasco sentia, de querer abraçá-la naquele momento…
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