Entrou na cozinha, atirando o sobretudo molhado para cima de uma cadeira. Os olhos fugiram-lhe para o pequeno pedaço de papel, ainda no tabuleiro da balança: “Vasco, tive que sair a correr! Pf, verifica as janelas, acho que vem temporal. LY, M.” e sorriu. A pequena, fina e inclinada caligrafia de Mariana dançava-lhe perante o pensamento.
Toda a casa estava impregnada da sua presença, em cada móvel elevava-se o cheiro dos seus dedos.
Uma força invisível estrangulava-lhe o peito, obrigando Vasco a amparar-se à parede, sentindo ainda mais o frio da ausência que Mariana deixara.
Sem comentários:
Enviar um comentário