quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

~6~



Entrou na cozinha, atirando o sobretudo molhado para cima de uma cadeira. Os olhos fugiram-lhe para o pequeno pedaço de papel, ainda no tabuleiro da balança: “Vasco, tive que sair a correr! Pf, verifica as janelas, acho que vem temporal. LY, M.” e sorriu. A pequena, fina e inclinada caligrafia de Mariana dançava-lhe perante o pensamento.

Toda a casa estava impregnada da sua presença, em cada móvel elevava-se o cheiro dos seus dedos.

Uma força invisível estrangulava-lhe o peito, obrigando Vasco a amparar-se à parede, sentindo ainda mais o frio da ausência que Mariana deixara.

Sem comentários:

Enviar um comentário