A porta abriu-se, mas Mariana sentia-se sem acção, estupefacta com os recentes acontecimentos. Vasco… Vasco era um estranho. Mecanicamente, saiu do elevador, arrastando o a bagagem, localizou a habitação, abriu a porta e ao colocar o cartão, as luzes acenderam-se. Deparou-se com um espelho de corpo-inteiro, que reflectia uma pessoa desconhecida. A custo, pousou as peças que a acompanhavam, procurando afastar da memória os momentos recentes, incluindo a sua (nova) própria imagem.
Alheada de tudo, preparou-se para um banho, deixando escorrer a água tépida pelo corpo, desejando afastar todos os vestígios desse dia.
Lentamente, sentiu o cansaço abandoná-la e surgir um relaxamento que há muito tinha desaparecido da sua vida. Entregou-se ao prazer da água, enquanto a voz e a presença de Vasco vigoravam na sua mente.
Sozinha, sorriu, sob a luz impessoal daquele quarto de hotel.
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